Theosophical Society,
H P Blavatsky
Estâncias de Dzyan
Evolução Cósmica
ESTÂNCIA
I
1.
A origem eterna, envolta em suas vestes sempre invisíveis, havia dormido,
mais
uma vez, por sete eternidades.
2.
O tempo não existia, porque ele havia dormido no seio infinito da duração.
3.
A mente universal não existia, porque não havia nenhum Ah-hi para contê-la.
4.
Os sete caminhos para o êstase não existiam. As grandes causas da miséria não
existiam, porque não havia ninguém para produzi-las e ser aprisionado por elas.
5.
Somente as trevas preenchiam o todo sem limite, porque o pai, a mãe e o filho
eram mais uma vez um e o filho ainda não tinha despertado para a nova roda e
sua peregrinaçao nessa roda.
6.
Os sete senhores sublimes e as sete verdades tinham deixado de existir, e o
Universo,
o filho da Necessidade, estava imerso no Paranishpanna, para ser
expirado
por aquele que é e, no entanto, não é. O nada existia.
7.
As causas da existência tinham sido eliminadas; o visível que era e o
invisível
que é descansavam no eterno não-ser – o único ser.
8.
Somente a forma única de existência se estendia sem limites, infinita, sem
causa,
num sono sem sonhos; e a vida pulsava inconsciente no espaço universal, através
daquele todo-presença que é percebido pelo olho aberto do Dangma.
9.
Mas onde estava o Dangma quando o Alaya do universo estava em Paramartha e a
grande roda era Anupadaka?
DS,
Vol I, p. 27
Estância
II
1.
. . . Onde estavam os construtores, os filhos luminosos da aurora
manvantárica?
. . . Nas trevas desconhecidas em seus Ah-hi Paranishpanna. Os
produtores
da forma a partir da não-forma – a raiz do mundo – os Devamatri e
Svâbhâvat
descansavam no êstase do não-ser.
2.
. . . Onde estava o silêncio? Onde estavam os ouvidos para percebê-lo? Não,
não
havia nem silêncio, nem som; nada, exceto o eterno sopro incessante que não
conhece a si mesmo.
3.
A hora ainda não tinha soado; o raio ainda não tinha brilhado dentro do
Germe;
a Matripadma não tinha ainda entumecido.
4.
O coração dela ainda não tinha se aberto para o raio uno entrar, e em seguida
cair
5.
Os sete filhos ainda não tinham nascido da teia de luz. Somente as trevas
eram
o pai-mãe, Svâbhâvat; e Svâbhâvat existia nas trevas.
6.
Esses dois são o Germe, e o Germe é um. O Universo ainda estava escondido no
Pensamento Divino e no Seio Divino. . . .
Estância
III
1.
. . . A última vibração da sétima eternidade palpita por todo infinito. A mãe
incha,
expandindo-se de dentro para fora,
2.
A vibração se propaga, tocando com sua asa veloz todo o universo e o germe que
mora nas trevas: as trevas que respiram sobre as dormentes águas da vida . . .
3.
As trevas irradiam luz e a luz projeta um raio solitário nas profundezas da
mãe.
O raio penetra o ovo virgem. O raio faz o ovo eterno vibrar e deixa cair o
germe
não-eterno, que se condensa no ovo do mundo.
DS
Vol. I, p. 28
4.
Então, o três cai dentro do quatro. A essência radiante torna-se sete dentro,
sete
fora. O luminoso ovo, que é três em si mesmo, coagula-se e espalha seus
coágulos
brancos
5.
A raiz permanece, a luz permanece, os coágulos permanecem e ainda Oeaohoo é
uno.
6.
A raiz da vida existia em cada gota do oceano da imortalidade, e o oceano era
luz
radiante, que era fogo e calor e movimento. As trevas desapareceram e não
exisitam
mais; elas desapareceram em sua própria essência, o corpo de fogo e
água,
ou o pai e a mãe.
7.
Veja, ó Lanu! O filho radiante dos dois, a glória refulgente sem paralelo:
Espaço
brilhante, filho do Espaço Negro que emerge das profundezas das águas
escuras.
É Oeaohoo, o mais jovem, o * * * Ele brilha
resplandecente
e Divino Dragão da Sabedoria; o Um é Quatro e o Quatro toma para si o Trêsƒ e a
União produz o Sapta em quem estão os sete que se tornam a Tridasa (ou as
hostes e as multitudes). Veja-o levantando o véu e desfraldando-o de leste a
oeste. Ele fecha o acima e deixa o abaixo para ser visto
8.
Onde estava o germe e onde estavam, agora, as trevas? Onde está o espírito da
chama que queima em tua lâmpada, ó lanu? O germe é aquele e aquele é luz, o
brilhante filho branco do pai escuro oculto.
9
A luz é chama fria, e a chama é fogo e o fogo produz calor que resulta em
água:
a água da vida na grande mãe.
10.
A mãe-pai tece uma teia cuja ponta superior é presa ao espírito – a luz da
treva
única – e a inferior, à sua extremidade sombria, a matéria; e essa teia é
o
universo tecido com as duas substâncias feitas uma, que é Svâbhâvat.
ƒ
Na tradução inglesa do sânscrito, os números são mantidos em sânscrito: Eka,
Chatur,
etc, etc. Considerou-se melhor dá-los em inglês.
DS
Vol I, p. 29
11.
A teia se expande quando o sopro do fogo está sobre ela; ela se contrai
quando
o sopro da mãe a toca. Então os filhos se dissociam e se espalham para
retornarem
ao seio de sua mãe ao fim do grande dia, voltando a ser unos com ela; quando a
teia se esfria, ela torna-se radiante e os filhos se expandem e se
contraem
através de si mesmos e seus corações; eles abraçam a infinitude.
12.
Então, Svâbhâvat envia Fohat para consolidar os átomos. Cada um é uma parte da
teia. Refletindo o "Senhor Auto-Existente"
transforma-se,
por sua vez, num mundo.
Estância
IV
1.
. . . Ouvi, vós Filhos da Terra, aos vossos instrutores – os Filhos do Fogo.
Aprendei
que não há nem primeiro, nem último, porque tudo é um: o número
procedeu
do não-número.
2.
Aprendei o que nós, que descendemos dos Sete Primordiais, nós que nascemos da
Chama Primordial, aprendemos com nossos pais. . . .
3.
Da efulgência da luz – o raio das trevas eternas – projetaram, no espaço, as
energias
re-despertadas; o um do ovo, o seis e o cinco. Então, o três, o um, o
quatro,
o um, o cinco – o duas vezes sete, a soma total. E essas são as
essências,
as chamas, os elementos, os construtores, os números, o arupa, o rupa e a força
do Homem Divino – a soma total. E do Homem Divino, emanaram as formas, as
centelhas, os animais sagrados e os mensageiros dos pais sagrados dentro do
quatro santo.
4.
este era o exército da voz – a mãe divina dos sete. As centelhas dos sete
estão
sujeitas e são servas do primeiro, do segundo, do terceiro, do quarto, do
quinto,
do sexto e o sétimo dos sete. Essas "centelhas" são chamadas esferas,
triãngulos,
cubos, linhas e modeladores; porque assim se apresenta o Eterno
Nidana
– o Oeaohoo, que é:
DS
Vol I, p. 30
5.
"Trevas", o sem limites ou o não-número, Adi-Nidana, Svâbhâvat:-
I.
O Adi-Sanat, o número, porque ele é um.
II.
A voz do Senhor Svâbhâvat, os números, proque ele é um e nove.
III.
O "quadrado sem forma".
E
esses três inclusos dentro do
são o quatro sagrado; e os dez são o universo
arupa.
Então, vêm os "filhos", os setes lutadores, o um, o oitavo excluído e
seu
sopro
que é o produtor da luz.
6.
então o segundo sete, que são os Lipika, produzidos pelos três. O filho
rejeitado
é um. Os "Filhos-Sóis" são incontáveis.
Estância
V
1.
Os Sete Primordiais, os Sete Primeiros Sopros do Dragão da Sabedoria
produzem,
por sua vez, com seus sopros circungiratórios, o Redemoinho de Fogo.
2.
Eles fazem dele o mensageiro de sua vontade. O Dziu torna-se Fohat, o filho
veloz
dos filhos divinos, cujos filhos são os Lipika. Fohat se desdobra de forma
circular.
Fohat é o cavalo e o pensamento é o cavaleiro. Ele passa
através
das nuvens de fogo; dá três e cinco e sete passos através das sete
regiões
acima e sete abaixo. Ele levanta sua voz e chama as centelhas
inumeráveis
e as reúne.
3.
Ele é seu espírito guia e seu líder. Quando ele começa a sua obra, ele separa
as
centelhas do reino inferior que flutuam e vibram de alegria em suas moradas
radiantes
e forma com elas os germes das rodas. Ele os coloca nas seis direções
do
espaço e um no meio – a roda central.
4.
Fohat traça linhas espirais para unir os seis ao sétimo – a Coroa; um
exército
dos filhos da luz fica em cada ãngulo e seus Lipika, na roda do meio.
Eles
dizem: Isto é bom, o
DS
Vol I, p. 31
primeiro
mundo divino está pronto, o primeiro é agora o segundo. Então o "Arupa
Divino" se reflete no Chhaya Loka, a primeira veste de Anupadaka.
5.
Fohat dá cinco passos e constrói uma roda alada em cada canto do quadrado, para
os quatro sagrados e seus exércitos.
6.
Os Lipikas circunscrevem o triãngulo, o primeiro um, o cubo, o segundo um e o
pentágono dentro do ovo. É o anel chamado "Não passa" para aqueles
que descendem e ascendem. Também para aqueles que, durante o kalpa, estão
progredindo em direção ao grande dia "Seja Conosco". Assim foram
formados os Rupa e os Arupa: da luz única, sete luzes; de cada um das sete,
sete vezes sete luzes. As rodas observam o anel. . . .
Estância
VI
1.
Pelo poder da Mãe da misericórdia e conhecimento – Kwan-Yin – o
"triplo" de Kwan-Shai-Yin, residindo em kwan-Yin-Tien, Fohat, o sopro
de sua progênie, o Filho dos Filhos, havia trazido à existência, do abismo
inferior, a forma ilusória de Sien-Tchang e os Sete Elementos:*
2.
O Um veloz e radiante produz os sete centros Laya, contra os quais ninguém
prevalecerá
até o grande dia "Seja Conosco", e coloca o universo nesses
alicerces
eternos que envolvem Tsien-Tchan com os Germes Elementares.
3.
Dos Sete – primeiro o um manifestado, seis escondidos, dois manifestos, cinco
escondidos; três manifestos, quatro escondidos; quatro produzidos, três
ocultos; quatro e um Tsan (fração) revelados, dois e meio escondidos; Seis a
serem manifestados, um ignorado. Finalmente, sete pequenas rodas revolvendo;
uma dando nascimento à outra.
*
O verso 1 da Estância VI é de uma data mais recente que as outras Estâncias,
embora
ainda seja muito antigo. O texto antigo deste verso, que contém nomes
inteiramente
desconhecidos aos Orientalistas, não dá nenhuma pista disso ao
estudante.
DS Vol I, p. 32
4.
Ele as constroi à semelhança das rodas mais antigas, colocando-as nos Centros
Imperecíveis.
Como
Fohat as constroi? Ele coleta a poeira de fogo. Ele faz bolas de fogo,
corre
através delas e em seu derredor, infundindo-lhes vida, então, as coloca em
movimento;
umas numa direção, outras noutra direção. Elas são frias, ele as faz
quentes.
Elas são secas, ele as faz úmidas. Elas brilham, ele as abana e as
esfria.
Assim age fohat de um crepúsculo ao outro, durante sete eternidades.
5.
Na quarta, os filhos sãos instruídos a criar suas imagens. Um terço se recusa
–
dois terços obedecem. A maldição é proferida; eles nascerão na quarta, sofrerão
e causarão sofrimento; esta é a primeira guerra.
6.
As rodas mais antigas rodam para cima e para baixo. ... A progênie da mãe
encheu
o todo. Houve batalhas entre os Criadores e os Destruidores, e batalhas
lutadas
por espaço; a semente aparecendo e reaparecendo continuamente.
7.
Faz teus cálculos, lanu, se queres aprender a idade correta de tua pequena
roda.
Teu quarto raio é nossa mãe. Alcança o quarto "Fruto" do quarto caminho
do conhecimento que leva ao Nirvana e compreenderás, porque Verás. . . .
Estância
VII
1.
Observa o começo da vida senciente sem forma.
Primeiro
o Divino, o uno originado do Espírito-Mãe; depois, o Espiritual, O Três do um,
o quatro do um e o cinco do qual provêem o três, o cinco e o sete. Estes são o
triplo e o quádruplo descendentes; os filhos "nascidos da mente" do
primeiro senhor; os sete brilhantes.Eles são Tu, Eu, Ele, ó Lanu. São eles que
velam por ti e por tua mãe terra.
DS
Vol I, 33
2.
O raio uno multiplica os raios menores. A vida antecede a forma e a vida
sobrevive
ao último átomo da forma. Através dos incontáveis raios procede o
raio-vida,
o uno,
3.
quando o um se torna dois, o triplo aparece e os três são um; e é nosso fio,
ó
Lanu, o coração do homem-planta chamado Saptaparna.
4.
é a raiz que nunca morre; a chama de três línguas dos quatro pavios. Os
pavios
são as centelhas que procedem da chama de três línguas emitida pelos sete – sendo
esta sua chama –, os raios e as centelhas de uma lua refletida nas ondas móveis
de todos os rios da terra.
5.
A centelha pende da chama pelo fio mais sultil de fohat. Ela viaja através
dos
Sete Mundos de Maya. Ela pára no primeiro e é um metal e uma pedra; ela
passa
para o segundo e, veja – uma planta; a planta passa
6.
do primeiro nascido, o fio entre o observador silencioso e sua sombra
torna-se
mais forte e radiante a cada mudança. A luz do sol matutina
transformou-se
na glória do meio dia. . . .
7.
Esta é tua roda atual, disse a Chama à Centelha. Tu és eu mesmo, minha imagem e
minha sombra. Eu me revesti de ti e tu és meu Vahan até o dia "Seja
Conosco", momento em que tu deverás te tornar novamente eu mesmo e os
outros, tu mesma e eu mesmo. Então os construtores, tendo vestido sua primeira
veste, descem à terra radiante e reinam sobre os homens – que são eles mesmos.
. . .DS Vol I, p. 34
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